Senna é uma ótima série, mas não deixa de canonizar um ícone já mundialmente conhecido
Lembro do meu pai falando de Ayrton Senna e, que assim como muitos outros brasileiros, deixaram de acompanhar a Fórmula 1 após 1994. Infelizmente ainda era uma criança nessa época e não pude acompanha-lo em vida, por isso que vídeos no youtube, filmes e documentários ajudam a conhecer um pouco do que Ayrton era não só para os brasileiros, mas para o mundo num geral.
Assim, somos apresentados a “Senna”, a nova minissérie da Netflix que vem fazendo sucesso e será que todo esse alarde é merecido?
Do kart á F1 é um longo caminho
Desde a primeira cena vemos um pequeno Ayrton fascinado por carros e seu pai, que era dono de uma empresa metalúrgica, o entrega um kart mais artesanal, digamos assim.
Então, começamos a ver o garoto em disputa acirrada pelo título europeu da categoria e mesmo assim saindo frustrado. Aqui é mostrado um dos traços do piloto: o quanto ele tem de “sangue latino” para enfrentar adversários na pista e os políticos que comandam as categorias fora delas.
Na década de 80 apareceu uma oportunidade na Inglaterra para disputar a Fórmula Ford e ele foi. Não posso dizer que foi “sem pensar”, pois, havia prometido que ficaria um ano por lá e voltaria para ajudar na fábrica do seu pai. Sem conseguir maiores patrocínios e sem um apoio maior da família ele acabou “se aposentando” e retornando ao Brasil. Mas a aposentadoria das pistas durou pouco, pois recebeu um convite para Fórmula F2000, passando pela F3 e chegando na Fórmula 1.
Caracterização impecável e duelos Senna x Prost e pontos a melhorar (?)
Apesar de citar sobre a passagem de Senna pelas equipes da Toleman e Lotus, o seriado foca muito a partir do ano de 1988 quando Ayrton era companheiro de equipe na McLaren do francês Alain Prost.
Apesar de serem companheiros de equipe os dois disputavam acirradamente cada prova e os títulos de 1989 e 1990 foram decididos de forma digamos polêmica.
Eles não eram amigos, e segundo o seriado o Prost tinha um certo ciúmes a ponto de querer esconder nos boxes os acertos que eram realizados em seu carro.
Um ponto muito bom da série foi a caracterização dos personagens. Gabriel Leone lembra e muito o Senna, Pâmela Tomé ficou idêntica a Xuxa, até Gabriel Louchard que interpretou o Galvão Bueno merece destaque.
Não só em aspectos de personagens em si, mas toda ambientação da época foi recriado no seriado como as roupas, acessórios, os carros de corrida e arrisco a dizer até o ronco dos motores.
Então é uma série perfeita? Para os maiores “conhecedores” do grande piloto ficou faltando coisa (E muita coisa): Não mostrou as vitórias pela Lotus, a famosa “carona de Mansell” em 1991, Senna salvando a vida de Comas no GP da Bélgica em 1992, não mostrou “a volta perfeita” já na Williams no GP da Europa de 1993 e por ai vai. Isso citando sua vida na pista
Fora delas, faltou se aprofundar sobre o relacionamento de Senna e Galisteu (que parece que foi limitado pela família).
E Vale a pena Assistir?
Quando uma obra ganha o aval, ou não de uma família, vira quase que uma biografia, e creio que o objetivo não era este com ‘Senna’! A produção serve e muito para idolatramos ainda mais aquele que se foi tão cedo e fazia nós brasileiros termos orgulho de vestir a camisa, e nos unirmos na época naquele que era apenas o país do futebol.
Apesar de ser bem curta (apenas 6 episódios), a minissérie vai te fazer sorrir, chorar e porque não imaginar vários “e se” depois do último episódio.
Senna é o seriado de língua não-inglesa mais assistida do mundo e todos episódios estão disponíveis na Netflix.
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A produção serve e muito para idolatramos ainda mais aquele que se foi tão cedo e fazia nós brasileiros termos orgulho de vestir a camisa, e nos unirmos na época naquele que era apenas o país do futebol. Apesar de competente em todos os aspectos, faltam detalhes importantes da vida e da carreira de Senna!