As pessoas nascem más? Ou é a maldade que vem até elas durante a vida?
A primeira parte de Wicked chegou aos cinemas de todo o mundo e nós do Geek Guia já conferimos essa grande obra, que chega pra se consagrar o musical do ano.
Popular, te ensino a ser popular
Mesmo que você não goste de musicais ou não se aprofunde nesse universo é bem provável que você conheça a história do Mágico de Oz, então as bruxas Glinda e Elphaba já devem fazer parte do seu imaginário, mas Wicked vem pra mostrar que a história como conhecemos é exatamente como querem que a gente pense que aconteceu, porém, agora teremos chance de saber a verdade.
Anos antes da chegada de Dorothy a Oz, a Bruxa Boa do Norte e a Bruxa Má do Oeste não só estudaram juntas, como também eram colegas de quarto e, dizem as más línguas, amigas. Mas essa não é uma história recente que chega às telas dos cinemas pra saturar uma antiga fábula.
Criado por Gregory Maguire e publicado em 1995, o livro de também nome Wicked conta a história não contada das bruxas de Oz. O romance, foi adaptado para a broadway por Stephen Schwartz, chegando aos palcos no dia 28 de maio de 2003, mudando pra sempre o rumo do mundo dos musicais. Estrelado por Indina Menzel no papel de Elphaba e Kristin Chenoweth como Glinda, a produção se tornou gigante e, as atrizes, ícones no mundinho dos musicais.
O musical que ainda leva multidões ao teatro 21 anos depois de sua estreia criou fãs (muitas vezes obcecados – e malucos) ao redor do mundo, se tornando uma referência dentro da área e sendo referenciado em diversos filmes, séries e, claro, outros musicais.
Sem perdão à bruxa
A história de Wicked começa em um ponto familiar ao público, em que cidadãos da Vila dos Munchkins comemoram a morte da Bruxa Má do Oeste junto com a Glinda, porém, ao ser questionada pelo povo sobre sua proximidade com a malvada, a bruxa boa decide contar um pouco da sua história.
Anos antes, ambas se conhecem na Universidade de Shiz. Galinda (que mais tarde passa a ser conhecida como Glinda), vivida por Ariana Grande, é uma menina popular que conquista pessoas com seu charme por onde passa. Já Elphaba, vivida por Cynthia Erivo, é o completo oposto. Estranha, ela assusta pessoas com seu jeito defensivo e por um outro pequeno detalhe: sua pele completamente verde.
Elphaba é filha do governador da Terra dos Munchkins e foi até Shiz apenas acompanhar sua irmã Nessarose (Marissa Bode), até que por uma ironia do destino, terá que dividir o quarto com Galinda.
A relação de Galinda e Elphaba começa extremamente conturbada. Uma não suporta a outra e faz de tudo para que a vida da outra seja um inferno. Porém, após um ato de generosidade de Elphaba, tudo isso muda na relação das duas, dando início a uma inusitada amizade.
Venha ver esse mundo esmeralda
Como já falado anteriormente, tudo que se relaciona com Wicked automaticamente toma uma proporção gigantesca, e com esse filme não poderia ser diferente. O diretor Jon M. Chu sabia disso e decidiu entregar uma homenagem à altura. Desde grandes obras musicais como In The Heights (2021), o diretor já mostra sua capacidade para grandeza, mas em Wicked Jon vai ainda mais longe.
O orçamento de 146 milhões de dólares não teve um centavo de desperdício. Com sets grandiosos que vão desde lojas cheias de detalhes até plantar um campo com 9 milhões de tulipas, tudo para garantir ao telespectador uma experiência imersiva e sem dependência do uso de CGI. Figurinos exuberantes e maquiagem excepcional fazem tudo ainda mais mágico.
Chu quis fazer uma grande homenagem a tudo que Wicked é e representa, acertando em cheio. Em detrimento de experiências recentes com adaptações musicais de palco, como Meninas Malvadas, que tentaram ao máximo esconder o fato de que o longa seria um musical, o filme vem pra celebrar tudo que a obra é, respeitando a versão original, seja nos arranjos ou evitando a exclusão de músicas, mas também trazendo novos detalhes não vistos nos palcos que são acrescentados como bônus.
Inclusive em vários países, inclusive o brasil, que dubla as protagonistas são as atrizes que deram vida a Elphaba e Glinda nas produções teatrais, trazendo um gostinho ainda maior de respeito e saudosismo aos fãs.
Ainda dentro das homenagens, o filme honra aos fãs mais fervorosos e mais atentos aos detalhes com participações como Indina, Kristin e o próprio Steven, criador da obra.
O roteiro, conduzido e adaptado de forma excepcional por Winnie Holzman e Dana Fox, conduz o filme de forma fluida, fazendo com que o espectador nem sinta as 2h41min de duração passarem.
O melhor roteiro do mundo poderia ser jogado no lixo sem um elenco bom para o executar, mas esse definitivamente não é um problema de Wicked. Cynthia consegue trazer uma Elphaba tão doce que você se questiona como alguém consegue achar ela má.
Ariana traz definitivamente uma nova versão da personagem tantas vezes interpretada. Apesar de um pouco Tim Burton demais pro meu gosto, Grande tem um timming cômico fantástico, trazendo a Galinda toda a complexidade e dualidade da personagem.
Grande destaque pra Jonathan Bailey como Fiyero, Michelle Yeoh como Madame Morrible (mesmo sem saber cantar e estragando completamente o discurso da bruxa má) e Peter Dinklage como o bode Doutor Dillamond.
Mas a história não acaba aqui. Assim como na broadway, o filme também terá um segundo ato, que já está gravado e chega às telas brasileiras em 20 de novembro de 2025, encerrando a história com a promessa de músicas inéditas e ainda mais emoção.
Por fim, Wicked demonstra que Jon M Chu sabe o que faz no quesito musicais e CADA DETALHE dessa obra prima foi pensado, não só pra quem já ama a história, mas pra fazer outros amarem também!
Wicked está em cartaz no Cine A
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Wicked demonstra que Jon M Chu sabe o que faz no quesito musicais e CADA DETALHE dessa obra prima foi pensado, não só pra quem já ama a história, mas pra fazer outros amarem também!