Será que deu ruim para os astros dos K-dramas na Netflix?
A Netflix está de olho no turbilhão que virou o universo dos K-dramas e resolveu se pronunciar sobre o aumento absurdo nos custos de produção e, claro, sobre os rumores de que pode rolar um limite nos cachês dos atores.
Esse salto nos gastos, aliás, está apertando o cerco para as produtoras sul-coreanas, que já sentem no bolso: o número de séries lançadas por ano está caindo visivelmente.
O motivo? Simples: as grandes estrelas migraram de vez para as plataformas OTT (Over-The-Top) .
Para quem não está familiarizado, são aqueles serviços de streaming que entregam vídeo ou áudio direto pela internet, sem depender de operadora de TV. E, como era de se esperar, esse movimento fez os cachês dispararem.
Quer exemplos? A produção original da Netflix, Se a Vida te Der Tangerinas, teria um orçamento de 60 bilhões de won (uns R$ 246 milhões, para facilitar a conta). Já Round 6, que estreia sua terceira temporada em 27 de junho, está orçada em 100 bilhões de won (aproximadamente R$ 410 milhões). Não é pouca coisa.
Esse aumento pesado nos custos virou um baita desafio para as produtoras locais. O resultado? Menos K-dramas chegando ao catálogo: foram 141 em 2022, 123 em 2023, e a previsão para 2024 é de cerca de 100. Para este ano, os palpites giram em torno de 80 lançamentos. Ou seja, o mercado está encolhendo, e rápido.
E olha que o contraste internacional é gritante: os cachês dos atores coreanos são bem mais altos do que em outros mercados. Nos dramas japoneses, por exemplo, protagonistas de produções originais da Netflix recebem, em média, 10 milhões de ienes por episódio (cerca de 93 milhões de won, ou R$ 381,3 mil). Esse valor pode ser de 3 a 10 vezes menor do que o que as estrelas coreanas de primeira linha cobram. Diferença que salta aos olhos.
Netflix se Explica (e Deixa a Porta Aberta)
Com o burburinho sobre um possível teto de 400 milhões de won (R$ 1,64 milhão) por episódio, a Netflix soltou um comunicado em 9 de junho: disse que calcula os orçamentos conforme a “escala de ambição” de cada projeto, variando de acordo com gênero e formato, e reforçou o papo de “investimentos responsáveis”.
Mas, na hora de abrir o jogo sobre valores específicos, preferiu não detalhar. Ou seja, nada de regra fixa para todo mundo pelo menos, por enquanto.
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