Confinado milita, tenta chocar, mas segue em marcha lenta até o final!
4×4, A Jaula, Télugo e agora Confinado. Ao menos quatro versões dessa história existem e todas seguem a mesma premissa onde um ladrão fica preso em um carro de luxo que na verdade é uma armadilha de um homem rico para punir quem está tentando furtá-lo. E tendo algumas alterações ao longo de suas histórias, as produções ainda carecem das mesmas faltas, o que certamente alguém, em algum momento deve usar como pretexto para uma nova versão.
Logo, ‘Confinado’ é interessante até certo ponto, e toma decisões ousadas em seu desfecho. Mas o caminho para irmos de encontro a esse ponto é em marcha lenta, em meio a um debate social raso, e atuações que mais parecem terem sido construídas a partir de inteligência artificial. Assim, esta é uma daquelas produções nitidamente desenvolvida para Estadunidense preguiçoso, que gosta de facilitações e de superexposição dos elementos narrativos. Levando a conclusão que o filme está muito mais escorado nos nomes Skarsgård e Hopkins, do que em uma história com bom desenvolvimento!
Fale Mais Sobre Isso
Eddie é um pai desesperado que, penando para pagar as contas, decide realizar um roubo. E ao se deparar com um carro de luxo aparentemente abandonado, a ocasião se torna a circunstância perfeita para seus planos. O que Eddie não esperava era entrar numa grande armadilha preparada pelo dono do automóvel, um homem misterioso chamado William, o que o mantém trancado neste carro até cumprir com seu plano.
Mais um Remake
David Yarovesky dirige o longa que é mais uma versão do filme argentino ‘4×4’, e como toda versão de Hollywood tudo é altamente exposto, exagerado, que até encontra personalidade, mas a abandona rápido na primeira curva que faz!
O diretor se esforça para criar uma atmosfera de tensão e suspense, flertando muitas vezes com o terror, algo que suas produções “irmãs” tentaram, porém não souberam como executar. Aqui há um acerto neste ponto, com tons de viscerais levando o espectador ao choque em certas sequências.
Contudo a condução do longa vai se perdendo em diálogos de cunho social mal empregados, cortes mal realizados, e transições que mais parecem ter saído de um banco de imagens, e inseridas apenas para compor cena, não fazendo sentido algum. Desta forma, por mais que direção busque inovar dentro do mote principal, falta manter o pouco de personalidade que nos é mostrada no começo até o final.
Assim, sobra a Bill Skarsgård tentar entregar mais do que pode. E ele consegue, sendo o melhor entre todos os protagonistas que essa história já mostrou. O problema nesse quesito está na forma como Anthony Hopkins é aproveitado no longa, pois nitidamente suas falas na ligação do carro foram gravadas em outro momento, longe do protagonista, soando como se uma inteligência artificial estivesse emulando o ator.
Logo, ‘Confinado’ milita, tenta chocar, mas segue em marcha lenta até o final!

A moralidade fluida do dia a dia
Eddie e William, o dono do carro, entram em um debate sobre privilégios, e o quanto pessoas ricas tendem a pensar que por estarem na posição social em que se encontram podem bancar os juízes da moralidade, sendo que suas escolhas são as menos favoráveis a humidade.
Essa conversa poderia ser um dos pontos altos do filme, se sua construção não fosse pautada em clichês facilitados, e uma artificialidade gigantesca na interação entre os atores, fazendo com que esse embate sobre a moralidade fluida do dia a dia seja apenas um discurso politicamente vazio.
Desta maneira, tais elementos funcionam e se perdem na mesma velocidade, demonstrando que não há continuidade no que se pretende contar. E por mais que o desfecho ouse por um caminho mais violento, agressivo e feliz, para chegar até aqui há um tortuoso trajeto de uma hora de vinte minutos.
Assim, seja 4×4, A Jaula, Télugo ou Confinado, as produções ainda carecem das mesmas faltas, o que certamente alguém, em algum momento deve usar como pretexto para uma nova versão.

E vale o ingresso?
‘Confinado’ é interessante até certo ponto, e toma decisões ousadas em seu desfecho. Mas o caminho para irmos de encontro a esse ponto é entroncado, em meio a um debate social raso, e atuações que mais parecem terem sido construídas a partir de inteligência artificial.
Assim, esta é uma daquelas produções nitidamente desenvolvida para Estadunidense preguiçoso, que gosta de facilitações e de superexposição dos elementos narrativos. Levando a conclusão que o filme está muito mais escorado nos nomes Skarsgård e Hopkins, do que em uma história com bom desenvolvimento!
Ou seja, Confinado milita, tenta chocar, mas segue em marcha lenta até o final!
‘Confinado’ está em cartaz no Cine A
'Confinado' é interessante até certo ponto, e toma decisões ousadas em seu desfecho. Mas o caminho para irmos de encontro a esse ponto é em marcha lenta, em meio a um debate social raso, e atuações que mais parecem terem sido construídas a partir de inteligência artificial.