Black Mirror retorna às origens em uma de suas melhores temporadas!
A 7ª temporada de Black Mirror é uma das melhores já criadas. Após uma passagem contestada pelo terror na temporada passada, a antologia retorna às origens — fazendo a gente refletir, sorrir e, claro, venerar Cristin Milioti.
Dessa vez, a Netflix acertou a mão até quando errou — Betê Noire é contestável e talvez nem devesse estar ali, mas seu charme e sua bizarrice acabam nos conquistando no final. Pessoas Comuns e Eulogy são os grandes destaques da temporada e têm tudo para arrancar lágrimas e te deixar horas refletindo sobre o que acabou de ver. Hotel Reverie, por sua vez, é o tipo de episódio para assistir de mãos dadas. Já Brinquedo é doentio e profundo — e, para mim, traz a crítica mais poderosa da temporada.
Por fim, USS Callister – Infinity é esplêndido — Cristin Milioti está brilhante em algo que poderia durar pela eternidade.
Abaixo, comento um pouco mais sobre cada episódio — sem spoilers!
Pessoas Comuns

O primeiro episódio da 7ª temporada de Black Mirror é, pra mim, o mais perturbador desde White Bear. Aqui, a Netflix te chama de otário, escancara quem realmente está no controle e, de quebra, ainda entrega uma história de amor dramática, com um final daqueles que te fazem pensar por horas no que acabou de ver.
Um casal se torna refém de um sistema predatório de upgrades quando, após a esposa sofrer morte cerebral, o marido aceita usar o Rivermind — uma tecnologia que “traz” a consciência dela de volta. Mas essa segunda chance custa caro: ela está viva, mas se torna uma prisioneira — e até o banho de sol tem seu preço.
Pessoas Comuns é um episódio simples, mas conduzido com maestria. Traz críticas agudas, um desfecho impactante e entrega aquele desconforto que só Black Mirror pode provocar.
Betê Noire

E se a menina estranha do tempo de escola se tornasse sua colega de trabalho? Bom, nada demais — mas tem algo esquisito nela. Essa estranheza é explorada em um thriller bobo, mas que tem seu charme.
O segundo episódio da 7ª temporada de Black Mirror certamente dividirá opiniões — é como chocolate amargo. À primeira vista, você espera algo mais doce, mas depois de provar, percebe que não é tão ruim assim.
Talvez Betê Noire funcionasse melhor como um daqueles filmes de terror despretensioso, que a gente assiste num domingo chuvoso.
Hotel Reverie

Hotel Reverie é uma história de amor que deve trazer San Junipero à memória dos fãs. A trama gira em torno de uma atriz e uma IA gerada com memorias reais que, no meio das filmagens de um clássico recriado, acabam vivendo algo que vai além do roteiro.
O episódio é leve, mas cutuca um dos dilemas mais atuais sobre o avanço da tecnologia: as IAs podem sentir? Podem amar?
Apesar do ritmo um pouco lento, Hotel Reverie acelera os batimentos com uma história de amor que nem o tempo — ou a própria realidade — é capaz de impedir.
Brinquedo

O quarto episódio da 7ª temporada de Black Mirror, Brinquedo, aponta o dedo para uma espécie que não evoluiu com os bits: a humana. Tudo começa como um mistério policial simples, mas logo mergulha em um delírio que mistura dilemas morais e tecnologia de um jeito bem peculiar.
A história acompanha um acusado de assassinato que, durante o interrogatório, revela o seu passado (e muito mais que isso). Ele era redator de uma revista de games e, ao cobrir o lançamento de um jogo estranho, acaba desenvolvendo uma relação intensa (e esquisita) com o tal jogo.
O acusado passa a parecer uma espécie de messias, um profeta de algo novo. No fim, a pergunta que fica é: quem é o vilão de verdade?
Eulogy

Eulogy é o episódio mais emocionante da temporada. Nele, a proposta tecnológica de criar um velório interativo leva o protagonista a revisitar memórias com uma antiga namorada, ajudando a família dela a reconstruir boas lembranças para a despedida.
A tecnologia permite que ele reviva momentos importantes com a ajuda de uma guia misteriosa — e, aos poucos, ele vai costurando o passado até esbarrar em um “e se” que vai assombrá-lo pra sempre.
Sensível e profundo, Eulogy certamente será, para muitos, o melhor episódio da temporada.
USS Callister – Infinity

Confesso que, apesar de ter achado USS Callister um bom episódio, a continuação não despertou tanto entusiasmo de início — mas acreditem: essa conclusão é épica. Que episódio maravilhoso!
USS Callister – Infinity é a continuação direta da trama que acompanha o drama de clones de pessoas reais, aprisionados em um jogo de realidade virtual aumentada por seu criador sádico. São 90 minutos de pura obra-prima — daquelas que fazem a gente querer mais quando termina.
Com humor, ação e um desfecho de chacoalhar a cabeça, USS Callister – Infinity fecha com chave de ouro uma das melhores temporadas de Black Mirror — e entrega um desfecho épico para uma das histórias mais divertidas e memoráveis dessa antologia.
E vale a pena assistir?
Dessa vez, a Netflix acertou a mão até quando errou nesta 7ª temporada de Black Mirror, retornando às suas origens e entregando uma das melhores levas de episódios da série!
A 7ª temporada de Black Mirror está disponível na Netflix!
A Netflix acertou a mão até quando errou nesta 7ª temporada de Black Mirror, retornando às suas origens e entregando uma das melhores levas de episódios da série!