Demolidor: Renascido até renasce, mas respira por aparelhos!
Uma das melhores séries da Marvel, senão melhor, certamente foi Demolidor produzida pela Netflix. A forma como Matt foi retratado, a linha tênue entre fazer o que é certo e não se deixar ser influenciado, e as sequências de ação que nos arrancavam o fôlego. Ok, passado! Agora estamos na era Marvel do Homem Sem Medo e em boa parte, soa como uma grande bagunça!
Desta forma, ‘Demolidor: Renascido’ até renasce, mas respira por aparelhos! Ao se apoiar em questões e elementos do MCU, a narrativa empolga até certo ponto, e parece buscar uma validação constante que não encontra apesar de suas cenas de ação, tão pouco com a violência gráfica em tela. O resultado é agridoce, bagunçado e a demonstração de que a Marvel continua perdida no que pretende contar. E agora, isso chegou nas séries!
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Matt Mudorck, o Demolidor, sofre uma perda enorme e a partir disso decide não continuar com suas ações como vigilante. Porém, quando Wilson Fisk, o rei do crime, assume a prefeitura de Nova Iorque, as coisas tendem a se tornar complexas e catastróficas. Agora, com um novo assassino à solta, e velhos conhecidos retornando, o Demolidor precisará renascer mais uma vez!
O Demônio de Hell’s Kitchen numa colcha de retalhos
É quase impossível não falar desta série sem comparar às ótimas temporadas realizadas desde de 2015, pois a construção do herói e da figura do advogado conseguiam criar uma dualidade que em tela ocupava um tempo assertivo.
Já aqui parece que soa como economia para efeitos práticos e digitais, do que necessariamente o andar da narrativa. Menos Demolidor, mais Matt, mas sem qualquer base para alguns conflitos que são desenvolvidos!
Como é sabido, ‘Renascido’ passou várias alterações e mudanças, praticamente começando do zero com uma temporada inteira gravada e sendo descartada em partes. O que fica perceptível em certos episódios com uma montagem que busca realizar uma espécie de “colcha de retalhos” com o que foi realizado, junto das ideias novas, e das referências aos quadrinhos.
Nem isso salva a produção de muitas vezes cair em ritmo moroso, e diálogos que se repetem nas informações. Até mesmo alguns personagens somem, e reaparecem e não lembramos ao certo onde estavam. De igual modo, alguns capítulos parecem desconjuntados do todo, como a história do assalto ao banco ou o julgamento do Tigre Branco que nitidamente teve seu final regravado, pois o momento de encerramento não se encaixa com o que estava sendo mostrado.
Infelizmente a nova série do Demolidor é uma bagunça!
Obviamente nem tudo está perdido, pois Charlie Cox e Vincent D’Onofrio novamente são as presenças que queremos em tela e as que sustentam o texto raso da obra diversas vezes. O embate aqui é político, ideológico e sentimental. Os contrapontos se chocam de forma plena, porém quem está no em torno dos dois não consegue seguir pelo mesmo ritmo. É como se Cox e D’Onofrio estivessem em uma produção e os demais em outra.
Ou seja, esse faz e desfaz, prejudicou e muito algo que estava sendo realizado de forma competente! O que nos deu até uma certa saudade da Netflix!

Renascido, porém a que custo?
Esta é uma produção que em determinados momentos tem tudo para te entregar algo interessante, impactante, mas escolhe ir por caminhos um tanto quanto maçantes.
A narrativa então infla a história com personagens, e mini-arcos que se estendem de um jeito nada cativante. Sobram assessores, advogadas, psicólogas e policiais corruptos, e o Demolidor uniformizado que esperamos, fica de lado!
A elaboração do plano de controle e ascensão de Fisk é plausível, mas falta algo, uma verdadeira faísca para o ódio e o caos se instaurar. De igual modo Matt possui perdas irreparáveis, contudo quando pensamos que o herói irá avançar, dois passos são dados para trás.
Para balancear, a Marvel busca empregar sequências de ação violentas, gráficas, e deixa isso claro constantemente, apesar de muitas carecerem de criatividade, e boa direção. E para chegarmos nesse momento, precisamos passar por vários diálogos na mesa do prefeito, sessões de terapia não oficiais do Matt e um jogo cênico de opinião pública que mais parece um elemento de séries do início dos anos 2000.
Ah! E o Demolidor e a religião? Algo tão importante para construção do personagem, se resume a uma leitura de versículo e nada mais! Como dito, falta a dualidade herói e advogado, e sobram boas ideias num emaranhado de cenas encaixadas que certamente estavam perdidas em algum pen drive do Kevin Feige.

E vale a pena assistir?
‘Demolidor: Renascido’ até renasce, mas respira por aparelhos! Ao se apoiar em questões e elementos do MCU, a narrativa empolga até certo ponto, e parece buscar uma validação constante que não encontra apesar de suas cenas de ação, tão pouco com a violência gráfica em tela. O resultado é agridoce, bagunçado e a demonstração de que a Marvel continua perdida no que pretende contar.
E nesse faz e desfaz da série, um sentimento de saudade pela Netflix bateu!
‘Demolidor: Renascido’ está disponível no Disney+
'Demolidor: Renascido' até renasce, mas respira por aparelhos!